domingo, 13 de maio de 2012


Portugal é 'bom aluno' na responsabilidade social

por
Márcio Alves Candoso 21 Março 2006
Portugal está a "acompanhar o barco" no que diz respeito ao número de empresas que têm na agenda questões de sustentabilidade e responsabilidade social.
Ao nível das grandes empresas "o número é já impressionante", diz Nathalie Ballan, sócia-gerente da Sair da Casca, empresa pioneira em Portugal em consultoria de responsabilidade social. No Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, são já 76 as empresas inscritas, mas na próxima assembleia geral, segundo Luís Rochartre, seu secretário-geral, estima-se a entrada de mais seis.
"Portugal é das filiais mais activas" do World Business Council of Sustainable Development (WBCSD), afirma Nathalie Ballan. "É um país pequeno, as pessoas conhecem-se, é fácil partilhar conceitos e valores", refere. Mas só recentemente o País parece ter acordado para as práticas de sustentabilidade e de responsabilidade social. A perspectiva de marketing que lhe está associada, aliás, se à partida poderá parecer uma perversão do próprio conceito, ajuda muito, no entanto, a que ele frutifique. A ideia de que "o capitalismo deve paga tributo à virtude", que serviu de refrão a uma recente conferência mundial do The Economist sobre este assunto, diz tudo sobre de que é que se trata quando se trata de responsabilidade social das empresas.
Segundo Nathalie Ballan, "há uma tendência irritante de associar os males do Mundo às empresas". "Há uma confusão de registo, encorajada pelos movimentos anti-globalização", explica. A consultora sustenta que a "responsabilidade social é o modo inteligente de fazer a gestão desse risco". Desmistificando a razão de ser da responsabilidade social, a consultora refere que a empresa "não é o Pai e a Mãe do trabalhador, não é da sua responsabilidade a vida quotidiana dos seus colaboradores". "Mas pode facilitar", acrescenta.
Segundo a mesma fonte, a responsabilidade social "só faz sentido conectada com o empenhamento no desenvolvimento sustentável". "Não é uma coisa isolada." Do outro lado da moeda, Nathalie Ballan não descarta o "perigo de que a responsabilidade social seja encarada como uma moda". "Trata-se de um movimento que veio para durar", diz. Até porque já há muitas empresas que, de diversas formas, a praticam, mas não tinham, até há pouco tempo, noção disso. "Agora começa a haver sistematização da abordagem e uma reflexão mais integrada", refere. "Uma parte actual da oferta tem que ver com caridade e solidariedade, mas a responsabilidade social não é apenas isso." "A visibilidade momentânea não é o objectivo", sustenta.


Será que as empresas portuguesas ainda se continuam a preocupar com a responsabilidade social ? 
Será que ainda são reconhecidas pela sua preocupação com a sociedade ? 
Será que a crise económica em que vivemos não esconde estes deveres das empresas ? 

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